O Jardim dos Finzi Contini (1970)
País: Itália, 94 minutos
Título Original:Il giardino dei Finzi Contini
Diretor(s): Vittorio De Sica
Gênero(s): Drama, Guerra, História
Legendas: Português,Inglês, Espanhol
Tipo de Mídia: Cópia Digital
Tela: 16:9 Widescreen
Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080










DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA
PRÊMIOS
Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA
Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira
Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra
Prêmio Nações Unidas (Vittorio De Sica)
Festival Internacional de Berlim, Alemanha
Prêmio Urso de Ouro (Vittorio De Sica)
Prêmio Otto Dibelius (Vittorio De Sica)
Prêmios David di Donatello, Itália
David de Melhor Filme
David Especial (Lino Capolicchio)
Sindicato dos Jornalistas Críticos de Cinema, Itália
Prêmio Fita de Prata de Melhor Ator Coadjuvante (Romolo Valli)
Prêmio Fita de Prata de Melhor Design de Produção (Giancarlo Bartolini Salimbeni)
Prêmios Globo D'Oro, Itália
Globo d'Oro de Melhor Revelação Masculina (Fabio Testi)
Círculo dos Críticos de Cinema de Kansas City, USA
Prêmio de Melhor Direção de um Filme Estrangeiro (Vittorio De Sica)
Sinopse: O Jardim dos Finzi-Contini, passa-se em Ferrara, no Norte rico da Itália, no tenebroso período entre 1938 e 1943, portanto entre o ano que precedeu a Segunda Guerra e o penúltimo ano do conflito, o período em que o regime fascista apertava mais e mais o cerco aos judeus.
Os personagens são quase todos judeus ricos. O cerco ia se apertando, as liberdades iam sendo pouco a pouco retiradas, a situação ficava mais e mais difícil, mas, praticamente até o final, até o ápice da tragédia, era quase como se a vida continuasse da mesma maneira. O momento do golpe final chegando, chegando – e as pessoas continuavam com suas vidas.
Como se aguardassem pacientemente, sentadas nos trilhos, a iminente passagem de um enorme trem que iria esmagá-las.
Para Giorgio (Lino Capolicchio), o protagonista, era quase como se a dor do amor irrealizado fosse tão ou mais dolorosa que o holocausto.
O filme de Vittorio De Sica é todo perpassado por uma grande melancolia– não um estrondo, mas um gemido quase surdo.
Quando a ação começa, em 1938, um grupo de uns seis, oito jovens, aí na faixa dos 20 anos de idade, está chegando de bicicleta à propriedade dos Finzi-Contini. Vestem-se todos de roupas brancas – estão indo jogar tênis, e então se vestem de branco.
São roupas de gente rica, ou no mínimo bem de vida. São roupas esportivas de gente que normalmente usa roupas sociais – ao longo de todo o filme, a maioria dos personagens usará roupas sociais; mesmo os jovens usarão paletó e gravata. Era a exigência da época, o símbolo óbvio de status social.
Nos primeiros momentos, nas seqüências inicias, são tantos os jovens reunidos na propriedade dos Finzi-Contini que o espectador poderá levar algum tempo a identificar quem é quem. Mary e eu, ao menos, tivemos alguma dificuldade em identificar quem é quem entre os visitantes (me lembrava muito pouco do filme, que tinha visto antes uma vez, em 1979, conforme verifiquei depois).
Certamente De Sica e seus roteiristas fizeram isso propositadamente. Os jovens Finzi-Contini, esses são fáceis de identificar de cara. A mais velha é Micol (o papel de Dominique Sanda); seu irmão mais novo é Alberto (o papel de Helmut Berger). Mas os visitantes são vários, e nos são apresentados bem rapidamente.
Levam-se uns 15 minutos para saber exatamente quem é quem, e quem vai importar mais para a narrativa, além de Micol e Alberto.
O que vai importar mais é Giorgio, o protagonista, o personagem central da trama. E, além dele, Bruno Malnate (Fabio Testi).
Malnate é moreno, alto, forte, tem simpatias pelo socialismo; não é de Ferrara, está lá em visita; é “peludo”, conforme dirá a ele próprio Micol, a herdeira mais velha da fortuna dos Finzi-Contini. É grande amigo de Alberto, o jovem Finzi-Contini.
Alberto é um jovem frágil, de saúde frágil, de constituição frágil – moral e física. Adora a irmã Micol, e Micol o adora. Gosta demais do colega e amigo Malnate, que Micol diz não fazer seu tipo.
Com uma maestria de que só os mestres são capazes, De Sica fará o espectador suspeitar, imaginar – embora o filme não diga isso expressamente em momento algum – que Alberto talvez tenha tendências homossexuais, e talvez esteja mais interessado em Malnate do que apenas como um grande amigo. E que Micol talvez tenha uma paixão incestuosa pelo irmão belo e frágil.
Mas que se frise sempre: o espectador poderá imaginar que isso talvez exista. O filme não deixa nada disso explícito, claro.
Nada, absolutamente nada disso é óbvio, flagrante, imediato. É tudo dito, ou não dito, de maneira sutil, suave, delicada.
Elenco: